
"Há velhos e crianças a pedir na rua. Não estão em todo o lado. Vêem-se aqui e ali, recordando a todos nós que há muito a fazer para ter uma sociedade mais justa.Há pessoas sem emprego, famílias sem emprego, que - esquecemos com frequência - não têm como ganhar a vida. São, portanto, vidas sem sentido. Pelo menos por agora, são vidas com pouco sentido.Há jovens a sair das universidades sem saber o que fazer para entrar no mercado de trabalho. Há muitas pessoas a quem não são dadas oportunidades. E há todos os outros que, melhor ou pior, vão orientando a sua vida.São tempos difíceis, em que é preciso ser solidário. É agora que a Esquerda e os sindicatos têm de perceber que não podem pedir mundos e fundos para quem tem salário garantido.É urgente criar emprego. É urgente sanear as contas públicas, para poder pagar decentemente aos pensionistas mais pobres. É urgente apostar a sério na educação, para que todos saibam quanto custa a vida.É, por isso, urgente lutar por uma sociedade mais justa. Não há nenhuma explicação racional para o agravamento do fosso entre os mais ricos e os mais pobres. Não somos macacos, em que o chefe do bando pensa primeiro nele, depois nele e, finalmente, nele. Somos humanos que temos a obrigação de pensar no outro ser humano que caminha na mesma rua que nós.Precisamos de uma classe política mais competente e mais consciente da vida que levam os deserdados do sistema, mas precisamos também de um povo mais solidário e mais trabalhador.É urgente ser feliz com a felicidade dos outros".
Paulo Baldaia
Paulo Baldaia
Este é o País que temos...